quinta-feira, 25 de novembro de 2010

... encontrei a casa onde sempre voltarei

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http://sic.sapo.pt/online/video/programas/mais-mulher/2010/11/pros-e-contras-do-online24-11-2010-152911.htm



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O que posso descobrir sem saber o que procuro

em tectos lisos brancos frios?

As janelas fecham-se sobre o que deve ser o mar

o que serão as luzes douradas do porto



Tenho saudade silêncio noite aqui

não encontro o que procuro.



Folheio um livro, leio:



A noite abre os seus ângulos de lua

E em todas as paredes te procuro



A noite ergue as suas esquinas azuis

E em todas as esquinas te procuro



A noite abre as suas praças solitárias

E em todas as solidões eu te procuro



Ao longo do rio a noite acende as suas luzes

Roxas verdes e azuis



Eu te procuro.



(Poema de 1961, página 169, in Antologia, Sophia de Mello Breyner Andresen)



Não, já não, não estou só. Talvez o mar não esteja lá, o barco tenha partido arrastando suas luzes douradas, e as mesmas janelas abram para a paisagem vagamente florida e doce e fresca. E eu diga: de manhã, encontrei a casa onde sempre voltarei.



Mesmo que me prometas a imortalidade voltarei para casa

Onde estão as coisas que plantei e fiz crescer

Onde estão as paredes que pintei de branco



(página 252 da mesma antologia)

via
http://zildacardoso.blogs.sapo.pt/

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